História Nacional versus História local e Regional
As vozes que se têm levantado contra o modelo tradicional de historiografia por ele se compadecer apenas pelas figuras de relevância nacional, os grandes heróis da História de Portugal, ignorando o cidadão comum, continuam a fazer-se ouvir por toda a parte e, pelo que tenho visto em publicações patrocinadas pelas autarquias, em fóruns digitais (mesmo nos generalistas) ou na blogosfera, esse apelo tem sido favoravelmente acolhido por um número cada vez maior de portugueses, pelo que não será descabido afirmar-se que está em curso um movimento irreversível pela renovação do conceito de objecto historiográfico e pela coexistência de uma História Local ou Regional com a Macro-História. Enquanto que esta continua a ser, teimosa e comodamente a «cosa nostra» de academistas consagrados, a História Local ou Regional, costuma fazer as delícias da maioria dos jovens licenciados que procuram um tema sustentável para a sua tese de doutoramento e que depois servirá, na maioria dos casos, para rechear os arquivos universitários como mais uma referência bibliográfica destinada, não ao público em geral, não aos habitantes das localidades ou regiões estudadas, mas sim às novas fornadas de doutores.